O último domingo do mês é sempre altura para descobrir, pelas 21h10, uma obra cinematográfica portuguesa de referência. Em maio de 2022, mais especificamente no dia 29, apresenta-se uma das obras de referência de António-Pedro Vasconcelos – “Os Gatos Não têm Vertigens”. Uma vez mais, bem-vindos ao Cinema à Portuguesa.
Em “Os Gatos Não Têm Vertigens” (2014), um dos filmes incontornáveis do autor português António-Pedro Vasconcelos (de “Jaime” ou “Call Girl”), Maria do Céu Guerra e João Jesus dão vida a uma dupla dinâmica numa comédia dramática acerca de uma parelha pouco comum.
O nosso protagonista, Jó (Jesus) é um jovem de 18 anos que vê a vida através de uma lupa de desencanto. A sua família é pouco convencional e o conflito reina, o que resulta numa experiência doméstica sem compreensão e sem ter quem o oiça. No mesmo bairro vive Rosa (Guerra), uma mulher na casa dos 70 que chora ainda a morte do seu marido – Joaquim (Nicolau Breyner), o seu companheiro para a vida.
Depois de uma discussão acesa, Jó é expulso de casa e o seu refúgio será a varanda de Rosa. No dia seguinte, esta mulher caridosa decide acolhê-lo em sua casa e assim se lança o mote para uma forte amizade neste drama social que aborda alguns aspectos mais duros da crise em Portugal.
Como se saiu Os Gatos Não Têm Vertigens em Portugal?
O filme foi abraçado pelo público – acarinhado e visto. Na sua semana de estreia, entre 25 de setembro e 1 de outubro, a longa-metragem foi a terceira mais vista nas salas, somando mais de 130 mil euros em receitas (ICA). Ao longo do ano de 2014, esta acabou por se tornar na terceira obra portuguesa mais vista do ano, totalizando 93 mil espectadores.
“Os Gatos Não Têm Vertigens” foi nomeado para e venceu inúmeros prémios dentro do circuito nacional. Nomeadamente, a obra levou o Globo de Ouro para Melhor Atriz – Maria do Céu Guerra – e ainda foi nomeado a Melhor Filme (embora não tenha vencido). Nessa categoria foram destacados o realizador e ainda o produtor Tino Navarro (“Amor Impossível”).
A obra arrasou ainda os Prémios Sophia – atribuídos pela Academia de Cinema Portuguesa. Ao total, foram 16 as nomeações e muitas as vitórias. É fácil assumir este como um dos filmes do ano, e o filme do ano nos Sophia, vencendo prémios de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original, Melhor Montagem, Melhor Música, Melhor Som e ainda Melhor Canção Original para “Clandestinos do Amor” de Ana Moura.
O perfil célebre da longa-metragem garantiu-lhe ainda distribuição além fronteiras, com estreias em Festival Singapura e no Canadá. Quanto à distribuição em sala, o filme passou ainda pelo Reino Unido, Estados Unidos da América ou até pela Rússia.
A partir das 21h10 de dia 29 de maio, surge a hipótese para ver ou rever este filme que promete tornar-se um clássico.