Março é mês de Dia Internacional da Mulher, que se celebra, mais precisamente, no dia 8. Por isso, o AXN White não podia deixar de apresentar personagens femininas fortes e auto-determinadas, todas as semanas, na programação do seu ciclo recorrente – “Cinema Crush”. Entre 6 e 27 de março, é altura de as descobrir!
Todos os domingos, ao longo do mês de março, mês em que se celebram mulheres ao longo da história, o AXN White apresenta filmes protagonizados no feminino:
6 DE MARÇO ÀS 21H25 – TALK SHOW: REINVENTANDO A COMÉDIA (2019)
Uma obra recente, lançada em 2019, “Late Night”, no original, conta com as atrizes e argumentistas Emma Thompson (“Sensibilidade e Bom Senso”, escrito e co-protagonizado por esta) e Mindy Kaling (“The Office”, onde foi atriz e escritora) nos papéis centrais. Como o nome em português indica, esta comédia é mais que apropriada para o mês do Dia da Mulher, uma vez que fala de reinvenção de um género que sempre foi visto como tendencionalmente masculino: a comédia.
Durante muito tempo, acreditou-se que as mulheres não tinham o “gene” da comédia. Ora, figuras como Mindy Kaling vieram precisamente contestar esta ideia. Quanto a “Talk Show”, é uma história sobre comédia e feminismo, tal como o enredo deixa adivinhar:
“Quando a mítica apresentadora de um famoso talk show, Katherine Newbury (Thompson), é acusada de não contribuir para a causa feminina por trabalhar só com homens, ela contrata Molly (Kaling), uma inexperiente jovem de origem indiana para colaborar no programa”.
Esta obra bem-recebida pela crítica e estreada em inúmeros festivais celebra as mulheres na comédia e derruba os estereótipos de género dentro deste negócio.
13 DE MARÇO ÀS 21H25 – GLORIA BELL (2018)
Julianne Moore, uma das atrizes mais versáteis de Hollywood, com uma estrondosa carreira, é a protagonista desta obra de Sebastián Lelio – realizador chileno que tem vindo a celebrar figuras femininas no cinema, sejam elas cisgénero ou trans, hetero ou homossexuais. Algumas das suas obras de referência aclamadas são “Glória”, “Uma Mulher Fantástica” ou “Disobedience”.
Quanto a “Gloria Bell”, é um hino de libertação, como muitas das suas outras longas-metragens. Neste caso, a história de uma mulher de meia-idade que se procura libertar das amarras que lhe são impostas pela sociedade e ser livre, sair à noite, divertir-se. “Gloria Bell” é um remake em língua inglesa da própria obra de referência de Lelio, “Glória”, uma narrativa chilena, por si também realizada e lançada em 2013. Este é também um dos papéis mais fortes de Moore.
20 DE MARÇO ÀS 21H25 – MARIA ANTONIETA (2006)
Ora, este ciclo de “Cinema Crush” não se faz apenas de obras protagonizadas por heroínas no sentido convencional, figurando também algumas figuras divisivas. Como é precisamente o caso desta narrativa que reabilita a figura de Marie Antoinette (Kristen Dunst), a nobre austríaca que, ainda na infância, aos 14 anos, foi forçada pela família a casar-se com o Rei Luís XVI de França, tornando-se Rainha desse país.
Ridicularizada por toda uma nação e decapitada durante a Revolução Francesa, este filme de Sofia Coppola é muito inteligente na sua abordagem dos factos: mostra-nos uma jovem insegura mas vibrante, fechada dentro do seu próprio mundo, dentro das suas fantasias, incapaz de sequer compreender os problemas políticos que o país enfrentava quando começou a governá-lo com tão tenra idade. O drama histórico é bastante leve, divertido por vezes, e não se centra na Revolução, mas antes no mundo interno desta figura divisiva e que ainda hoje é relembrada de forma algo agridoce.
27 DE MARÇO ÀS 21H25 – EU, TONYA (2017)
No sentido mais tradicional da palavra, Tonya Harding pode ser facilmente vista como uma vilã. A atleta olímpica é conhecida por ter estado envolvida num ataque violento à sua rival, a também atleta olímpica Nancy Kerrigan. O ataque marcou os Jogos Olímpicos de 1994 e acabou por enterrar a carreira de Harding. Sem nunca desculpar o possível conhecimento de Harding em relação a este ataque, o filme de Craig Gillespie, no qual uma maravilhosa Margot Robbie se vê totalmente transformada na pele de Tonya, procura iluminar bem mais do que um infame acontecimento.
Tonya Harding foi uma criança e jovem muito pobre que se atirou, de alma e coração, à patinagem artística competitiva. A sua técnica era pouco polida, mas os seus movimentos eram ainda assim extraordinários. Tonya não vinha dum berço de ouro (ou de famílias de classe média) como muitas das outras atletas contra as quais competia, e a pobreza dos seus trajes e a sua forma de ser invulgar por vezes pareciam comprometer a forma que era julgada. Mas nada menos que resiliente, Tonya construiu uma carreira de invejar a partir do nada. O filme, produzido pela protagonista Margot Robbie, deixa bem claro que o legado de Tonya Harding é mais do que o infame incidente nos Jogos Olímpicos.
Quem são as protagonistas do “Cinema Crush” em março? Quantas delas viveram na vida real? É ver para descobrir, entre 6 e 27 de março, no AXN White.